A PINTURA DE IVAN MARINHO
Círculo, roda, ciranda. Mancha cósmica. Explosão vulcânica.Movimento vivo em permanente expansão.Útero.Gestação.Posto em diálogo aberto e franco com a pintura de Ivan Marinho, esses sentimentos me assaltam e emocionam.Esse círculo eletrizante, sei que é o povo: o de Ivan, o meu, o de todos nós brasileiros, pulsando, "frevendo". Povo que canta, que dança inventando tudo que denominamos Cultura Brasileira, "mestiçaria" explícita. Aqui está a vitalidade explosiva de nossa gente expressa com paixão, nas formas e cores do poeta Ivan Marinho.Creio que é dessa paixão, dessa imersão na vitalidade dos povos de todos os tempos humanos, que nasce a grande ARTE, aquela que permanecerá nos re-alimentando: humanidade em eterno FAZER-SE.

Urian Agria de Souza
Artista, professor de Artes-plásticas da PUC-Rio.

Contatos

ivanartemarinho@hotmail.com (fone: 81 - 35183125)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

BACAMARTE EM PERNAMBUCO, PINTURAS DE IVAN MARINHO


Daniel Henrique*          
                Acompanhamos, por cinco anos, a peregrinação artística do poeta/pintor Ivan Marinho, com a Mostra Pós-contemporânea, pensando que se fechava, naqueles trinta anos de militância pictórica, seu ciclo estilístico que, para além dos invencionismos camuflados de criação, vem carregado de experiências anteriores sem, no entanto, deixar de surpreender. E surpreende, nesta nova mostra, pela ousadia de intercontextualizar escolas aparentemente díspares como a Naif e a Realista, dando às telas o calor dos trópicos e a temática originalíssima dos Bacamarteiros. Neste sentido, o próprio Marinho, postula a inesgotabilidade da arte, seja qual for a técnica aplicada. Costuma dizer que nunca deixará de existir um bom tango, um blues, um xote, um chorinho, um frevo..., no mesmo sentido se refere à pintura, negando a pretensão de Ad Renhard em sepultar as telas.
                Como seu conterrâneo Jorge de Lima e seu amigo Olímpio Bonald Neto, Ivan Marinho transita nos universos do tempo e do espaço, trazendo à luz poesia e pintura, criando, às vezes, relações próximas entre os dois objetos, como se pode vislumbrar no poema BARROQUILHAS, vencedor do Festival Jaci Bezerra de Poesia do Centro de Estudos Superiores de Maceió, onde o poeta empresta certa sinestesia, ornamentada com imagens surreais: “... e preterindo o futuro/ faz da noite a luz do dia/ e a esfera, por magia/ amolece o papel duro...” , assim como no FRAGMENTO DO ACASO, selecionado para três antologias, a da Editora Scortecci, da Editora Carpe Dien e do SINTEPE, onde o poeta abusa de suas habilidades no trato com a imagem: “ Sem gravidade flutuam/ estilhaços de um espelho/ e cada parte reflete/ um fragmento do acaso...”.
                Mas não para na estética o compromisso deste pintor. Ciente de que os talentos são obscurecidos, ou até abortados, pela injustiça social, talvez seja Ivan Marinho, o artista plástico que mais expos em espaços populares, como igrejas, escolas públicas, bares, associações de moradores, sindicatos... e até num largo, o do Livramento em Recife, naquele momento incentivado pelo também artista plástico Fernando Duarte, quando na presidência da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, teve a participação ilustre de músicos como Mestre Salustiano, Fernando Filizola, Maciel Melo e Ronaldo Aboiador.
                Vivedor das manifestações populares, Ivan foi capoeirista, puxou loa de maracatu no Pátio do Terço, criou o Encontro Pernambucano de Coco de Roda no Cabo de Stº Agostinho e, a frente da tradicional Sociedade dos Bacamarteiros do Cabo, a SOBAC, reuniu-se com grupos das diversas regiões do estado de Pernambuco e fundou a Federação dos Bacamarteiros de Pernambuco, FEBAPE, que em sua posse, que terá o multiartista como presidente, ilustrará o evento, que reunirá mais de 800 bacamarteiros, com a mostra de pinturas Bacamarte em Pernambuco. O imortal pernambucano Olimpio Bonald, exaltando a diversidade de talento de Marinho, diz que “...Além de que, é também, ele próprio, dotado pela natureza, da Arte de se expressar através de traços, formas, cores, fixando sobre suas telas toda magia e emoção de seus admiráveis modelos”.
                Está aí uma boa oportunidade para conhecer de perto a arte e o artista – um dos vencedores do Prêmio Bandepe -  que estará, com seus irmãos bacamarteiros, dando um tiro de paz no cromossomo nordestino de nosso povo.
DE 11 à 14 de junho no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Pernambuco e
DIA 15 DE JUNHO DE 2012
DAS 08 ÀS 15 HORAS
NA ASSOCIAÇÃO DOS COMERCIANTES DA CEASA, durante a posse da Federação dos Bacamarteiros de Pernambuco.
 
Brasília, 08 de junho de 2012.                                                                  
*D. H. Escreveu os romances O Sorriso da Cachorra, Enterro sem Defunto e Mar de Pedras.  

Nenhum comentário: